terça-feira, 1 de março de 2011

A macieira encantada

A Macieira Encantada

Era uma vez um reino antigo e pobre, situado perto de uma grande
montanha.
Havia uma lenda de que, no alto dessa montanha havia uma Macieira
mágica, que produzia maçãs de ouro. Para colher as maçãs era preciso
chegar até lá, enfrentando todas as situações que aparecessem no
caminho. Nunca ninguém havia conseguido essa façanha, conforme dizia a
lenda.
O Rei do lugar resolveu oferecer um grande prêmio àquele que se
dispusesse a fazer essa viagem e que conseguisse trazer as maçãs, pois
assim o reino estaria a salvo da pobreza e das dificuldades que o povo
enfrentava. O prêmio seria da escolha do vencedor e incluía a mão da
princesa em casamento.
Apareceram três valorosos e corajosos cavaleiros dispostos a essa
aventura tão difícil.
Eles deveriam seguir separados e, por coincidência, havia três caminhos:
1º - rápido e fácil, onde não havia nenhum obstáculo e nenhuma
dificuldade;
2º - rápido e não tão fácil quanto o primeiro, pois havia algumas
situações a serem enfrentadas;
3º - longo e difícil, cheio de situações trabalhosas.
Foi efetuado um sorteio para ver quem escolheria em primeiro lugar um
desses caminhos. O primeiro sorteado escolheu, naturalmente, o Primeiro
caminho. O segundo sorteado escolheu o Segundo caminho. O terceiro
sorteado, sem nenhuma outra opção, aceitou o Terceiro caminho.
Eles partiram juntos, no mesmo horário, levando consigo apenas uma
mochila contendo alimentos, agasalhos e algumas ferramentas.
O Primeiro, com muita facilidade chegou rapidamente até a montanha,
subiu, feliz por acreditar que seria o vencedor e quando se deparou com
a Macieira Encantada sorriu de felicidade. O que ele não esperava,
porém, é que ela fosse tão inatingível. Como chegar até as maçãs? Elas
estavam em galhos muito altos. Não havia como subir. O tronco era muito
alto também. Ele não possuía nenhum meio de chegar até lá em cima. Ficou
esperando o Segundo chegar para resolverem juntos a questão.
O Segundo enfrentou galhardamente a primeira situação com a qual se
deparou, porém logo em seguida apareceu outra, e logo depois mais uma e
mais outra, sendo algumas delas um tanto difíceis de superar. Ele acabou
ficando cansado, esgotado até ficar doente, e cair prostrado. Quando se
deu conta de seu péssimo estado físico, foi obrigado a retroceder e
voltou para a aldeia, onde foi internado para cuidados médicos.
O Terceiro teve seu primeiro teste quando acabou sua água e ele chegou a
um poço. Quando puxou o balde, arrebentou a corda e ele então,
rapidamente, com suas ferramentas e alguns galhos, improvisou uma escada
para descer até o poço e retirar a água para saciar sua sede. Resolveu
levar a escada consigo e também a corda remendada. Percebeu que estava
começando a gostar muito dessa aventura.
Depois de descansar, seguiu viagem e precisou atravessar um rio com uma
correnteza fortíssima. Construiu, então, uma pequena jangada e com uma
vara de bambu como apoio, conseguiu chegar do outro lado do rio,
protegendo assim sua mochila, seus agasalhos e todo o material que
levava consigo para o momento que precisasse deles, incluindo a jangada.
Em um outro ponto do caminho ele teve de cortar o mato denso e passar
por cima de grossos troncos. Com esses troncos ele fez rodas para
facilitar o transporte do seu material, usando também a corda para
puxar.
E assim, sucessivamente, a cada nova situação que surgia, como ele não
tinha pressa, calmamente, fazendo uso de tudo o que estava aprendendo
nessa viagem e do material que, prudentemente guardara, resolvia
facilmente a questão.
A viagem foi longa, cheia de situações diferentes, de detalhes, e logo
chegou o momento esperado, quando ele se defrontou com a Macieira
Encantada. O Primeiro havia se cansado de esperar e também retornara ao
povoado.
O encanto da Macieira tomou conta do Terceiro. Ela era tão linda,
grande, alta, brilhante. Os raios do sol incidindo nos frutos dourados
irradiavam uma luz imensa que o deixou extasiado. Quanto mais olhava
para a luz dourada, mais ele se sentia invadir por ela, e percebeu que
todo o seu corpo parecia estar também dourado. Nesse momento ele sentiu
como se uma onda de sabedoria tomasse conta de seu ser. Com essa
sensação maravilhosa ele se deixou ficar, inebriado, durante longo
tempo. Depois do impacto ele se pôs a trabalhar e preparou
cuidadosamente, seu material, fazendo uso de todos os seus recursos.
Transformou a jangada numa grande cesta, para guardar as maçãs dentro,
subiu na árvore, pela escada, usou o bambu para empurrar as maçãs mais
altas e mais distantes. Tudo isso e mais algumas providências que sua
criatividade lhe sugeriu para facilitar seu trabalho, que havia se
transformado em prazer.
Depois de encher a cesta com as maçãs, e com a certeza de que poderia
voltar ali quando quisesse, por ser a Macieira pródiga, ele agradeceu a
Deus por ter chegado, por ter conseguido concluir seu objetivo.
Agradeceu principalmente a si mesmo pela coragem e persistência na
utilização de todos os seus recursos, como inteligência e criatividade.
Voltou pelo caminho mais fácil, levando consigo os frutos de seu
trabalho e de seus esforços, frutos esses colhidos com muita competência
e merecimento. Descobriu, entre outras coisas que:
tudo que apareceu em seu caminho foi útil e importante para sua vitória;
cada uma das situações que ele resolveu, foi de grande aprendizado, não
só para aquele momento, mas também para vários outros na sua vida
futura;
quando você faz do seu trabalho um prazer, suas chances de sucesso são
muito maiores;
quando seu objetivo vale a pena, não há nada que o faça desistir no meio
do caminho;
a sua vitória poderia beneficiar a vida de muita gente e também servir
de exemplo a outras pessoas, a quem ele poderia ensinar tudo o que
aprendeu nessa trajetória.
O resto da história vocês podem imaginar. E como toda história que se
preze, viveram felizes para sempre...
Eu gostaria de convidar a todos que lerem essa metáfora a fazerem uma
reflexão sobre seu conteúdo e acrescentar, de acordo com a sua própria
experiência e compreensão do texto, novas descobertas e possíveis
benefícios e aprendizado, tanto para si, quanto para outras pessoas.

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