sábado, 26 de fevereiro de 2011

A lente

 A LENTE:

Quando menino, eu tinha por apelido, "o fogo-de-palha". Estava sempre com um plano novo na cabeça e, a respeito, falava entusiasticamente à minha família. Começava
a tarefa, porém logo me sentia desanimado e a largava desinteressado.
E uma outra idéia magnífica jorrava de meu espírito, para ter o fim de sempre. Embora o fato se repetisse constantemente, não havia, em minha casa, comentários a
respeito. Em certo dia de verão, meu pai, que lia o seu jornal na varanda,
chamou-me. Estava com uma lente na mão e me disse: - Preste atenção e irá ver uma coisa muito interessante. É uma experiência... Com o sol incidindo na lente, passeava
o foco de luz pela folha do jornal, porém nada acontecia. Eu estava intrigado.
Então ele deteve o movimento e manteve o ponto de luz imóvel por algum tempo, focalizando os raios solares. Dentro de poucos segundos o papel se incendiou e surgiu
ali um furo. Escusado é dizer que aquilo me fascinou, mas não entendi logo o
significado da experiência. Então meu pai me explicou: - Meu filho, este princípio se aplica a tudo que fazemos. Para alcançarmos qualquer êxito na vida é indispensável
concentrar todos os nossos esforços na
tarefa do momento. É como a concentração dos raios do sol filtrados pela lente. Enquanto ela percorreu às tontas a folha do jornal nada aconteceu. Mas quando se
deteve, você viu o furo provocado. Tudo questão de paciência,
tempo e concentração. Às vezes, quando estamos prestes a desistir, aparece-nos a solução do problema, justamente como no caso do furo no papel. Desse incidente me
recordei inúmeras vezes em minha vida, o que me deu
sempre muita coragem para perseverar até o fim.

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